É uma rua simples
em uma tarde com folhas
e cheiro de não sei o que
as pessoas e suas rodas passam
as pessoas sem rodas demoram a passar
Uma cerveja e um copo d'água quebram
o clima tenso que a cidade traz
A dor em minhas costas incomoda
mas não mudo de posição
neste momento a escrita importa mais
Há outros incômodos colocando nuvens no meu céu azul
meu maior incomodo ainda é a dor
aquela que tapa meus sentidos mais necessários
essa dor me acompanha a tanto tempo
que nem a sinto mais dor
sinto-a órgão (paro para um gole)
Acima desse teto há dúvidas
acima do teto desse boteco
há o motivo
para a tarde de hoje
para esse poema
para o sonho dessa noite
da hora em que acordei
O dia de hoje tem nome
tem personalidade
tom de pele ossos órgãos
cheiro
olhos
sim olhos e curvas
mas principalmente olhos
e alma
Nesse momento
o que mais importa é a escrita
e a espera (eu espero mais uma vez)
porque há o teto
e o teto do boteco neste momento
e as paredes e as mesas
me separam do meu hoje
Eu com mais um pouco de tudo o que está a minha volta, ou uma parte de mim ligada as coisas, ou um outro eu com outras coisas... enfim...
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Um filme numa manhã de segunda e algo sobre liberdade
Homens combatem em suas terras
defendem seu território
São fazendeiros bêbados ex-soldados escravos
Com suas casas suas praças e igrejas
Orar e proteger a familia
a criança toma a arma na mão para honrar o dever
ser o homem a matar o leão
Longe dali as portas são trancadas
as janelas são trancadas
Jesus é testemunha
dali de sua cruz
Tudo arde
Há um certo desespero que se extingue aos poucos
com as chamas
O céu se mancha com a fumaça densa
e com os gritos dos mortos
Benjamin assiste a morte de seu segundo filho Gabriel
São as dores do patriotismo
Não se desviar
"Mantenham a linha!"
E Benjamin corre com a bandeira em direção ao inimigo
Todos o seguem
todos sabem o que devem fazer
São os homens que começaram a construir o "novo mundo"
Aqueles gritos ecoam
profundamente
defendem seu território
São fazendeiros bêbados ex-soldados escravos
Com suas casas suas praças e igrejas
Orar e proteger a familia
a criança toma a arma na mão para honrar o dever
ser o homem a matar o leão
Longe dali as portas são trancadas
as janelas são trancadas
Jesus é testemunha
dali de sua cruz
Tudo arde
Há um certo desespero que se extingue aos poucos
com as chamas
O céu se mancha com a fumaça densa
e com os gritos dos mortos
Benjamin assiste a morte de seu segundo filho Gabriel
São as dores do patriotismo
Não se desviar
"Mantenham a linha!"
E Benjamin corre com a bandeira em direção ao inimigo
Todos o seguem
todos sabem o que devem fazer
São os homens que começaram a construir o "novo mundo"
Aqueles gritos ecoam
profundamente
segunda-feira, 11 de abril de 2011
só sei daquele cheiro que atravessa
atravessa
as paredes da memória
os instintos afetados extintos
se tornam expressivos
vivo
através de pés que não são meus
caminho
em meio ao escuro
ando
punhos cerrados
dentes se apertam
pêlos arrepiados
fluindo às águas
escorrem por entre os dedos
músculos duros de tensão
casca impenetrável a ceder
fachos de luz
entreluzem pelas frestas
há calor
há dor
ardor
livre dos venenos
há o bater de asas
da borboleta
atravessa
as paredes da memória
os instintos afetados extintos
se tornam expressivos
vivo
através de pés que não são meus
caminho
em meio ao escuro
ando
punhos cerrados
dentes se apertam
pêlos arrepiados
fluindo às águas
escorrem por entre os dedos
músculos duros de tensão
casca impenetrável a ceder
fachos de luz
entreluzem pelas frestas
há calor
há dor
ardor
livre dos venenos
há o bater de asas
da borboleta
segunda-feira, 4 de abril de 2011
[ ] Escolhas
Incertezas
são portas em cada uma das esquinas
desse labirinto sem saída
sem contornos ou bordas
sem sentido ou falta dele
tenho certa noção do que está errado e o que está certo
tenho certa noção do que tenho que fazer
mas certeza nenhuma
então
tenho que entrar em alguma porta pra ver no que dá...
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