só sei daquele cheiro que atravessa
atravessa
as paredes da memória
os instintos afetados extintos
se tornam expressivos
vivo
através de pés que não são meus
caminho
em meio ao escuro
ando
punhos cerrados
dentes se apertam
pêlos arrepiados
fluindo às águas
escorrem por entre os dedos
músculos duros de tensão
casca impenetrável a ceder
fachos de luz
entreluzem pelas frestas
há calor
há dor
ardor
livre dos venenos
há o bater de asas
da borboleta

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