quinta-feira, 17 de março de 2011

A noite e o pássaro

Há um quadro, mas não na parede, nele há uma calçada, um muro baixo antigo, as paredes da casa são de um branco manchado pelo tempo, há janelas, algumas janelas, mas uma, a que fica mais alta, está caída, um pouco torta.
O telhado da casa tem um ângulo bem alto, é de uma cor musgo que não sei exatamente, mas penso que deve ser pelo próprio musgo que se acumula pelo abandono.
Há um jardim, com árvores altas, com sombras e mistérios soltos e a lua que impera entre as árvores ao lado da casa, como que colocada de propósito ali, uma coroa sobre nossas cabeças.
São suaves os contornos da noite,há uma longa caminhada, há uma marquinha no canto esquerdo da boca que precede o sorrir, há o xadrez, há um jogo de ligar os pontos, o bagunçado dá um ar relapso, há bombons, um pássaro, muita conversa e sono, muitos sorrisos, estranhamentos, contentamentos, reflexão e tudo é leve, é tenso, convites, acordos, profundidade e contradições, para completar há precipitação e revelações com uma pitada de mistério...
E há reticências nesse caminho...

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