Ardo nesse momento, mãos ávidas e fogo! Acabo de me masturbar após ler metade de um livro, sinto ainda o desejo queimar por todas aquelas cenas de sexo sujo e escatológico, o sangue e a urina, o horror da morte e a prisão de nojo e tesão criada em volta de mim, do livro.
Estou inquieto e um pouco irritado nesse momento, continuo o mesmo de ontem, mas a bola de ferro que carrego pesa mais.
Há três gatos em cima do muro um deles não entende o que se passa na cabeça dos outros dois que saltam, em par com a morte para o abismo, sem um pingo de decência, afinal morrer daquele jeito é uma completa falta de pudor. O terceiro gato, sozinho, não pula, contempla a morte por algum tempo, depois se banha com sua língua áspera, ignorando completamente o acontecido... Que gato imbecil!
Estou entre a barreira, o limiar do negro e o branco, o umbral do diurno e noturno de mim mesmo, danço entre os dois para que possa haver certo equilíbrio, mas há uma hora em que o terceiro gato também deve sair do muro, a questão é para que lado, e entregar-se (morrer) no melhor sentido da palavra, a sua loucura e sua sanidade, a os pedaços de terra, a Deus e o Diabo...
Tenho pouco tempo de vida dentro desse carrossel de imagens aleatórias, preciso me entregar a devassidão, ou meu corpo partirá em dois.
Devo finalizar-me para me começar não ser para sentir o prazer sincero e sujo da vida real.
Real?
Vida de masturbação não é real, é idiotisse, é sem graça e é o mais comum, então vou mesmo é trepar com a vida pra ver o que nasce, a puta que pari, a terra ou Terra, a Vida ou a Morte...

Não morra, pois a morte é o fim dos sonhos.
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