sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Texto referente ao fim do ciclo das confissões de um eu mais próximo de mim

O ar é diferente, um calor torpe me move de um lado pro outro em um cambaleio coordenado, o ventilador tem o som da modernidade, as maquinarias do meu tempo.

O meu maquinário anda em descompasso, um descompasso imenso, com nome e sobrenome, mas que dá a sensação mais deliciosa de viver.

Sinto pés e mãos se entrelaçando aos meus, sinto um fio de pensamento constante, sinto um ímã do tamanho do maracanã de magnetismo.

Não estou só apesar da solidão do momento, não fico mais só há algum tempo.

Hoje compreendo que o segredo das coisas é como eu ando sobre minhas águas, como pode o milagroso ser natural e completamente compreensível e simples.

Fisicamente, sinto desconfortos insolentes me atacando os nervos cansados, triturados.

Sinto textos saindo das pontas dos dedos como agulhas que me espetam, num dor gostosa e aguda.

Meus passos hoje são em terrenos incertos e cheios de um crescente desejo de seguir em frente, em campos que se harmonizam para que minha vida siga sendo um labirinto com destino certo, mas caminhos feitos por mim e nada é unilateral, mas todos os lados seguem para a mesma direção evidente...

Aqui um aviso: esse texto será um dos últimos tratando de mim mesmo, como tenho feito ultimamente, daqui pra frente, serão textos relacionados a outros eus e uma exploração de locais desconhecidos.
Me despeço por hora, mas peço que se preste a devida atenção a outros mundos explorados pelos outros eus com outras coisas...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O avesso do dia...

Um novo conceito de dor surge para desmoronar em cima de possibilidades e sonhos concretos. Sou um poço de dúvidas que anda, fala, pensa e sente, que perdeu o chão.

Minhas mãos doem em escrever essas linhas amargas, quero um texto mal escrito, quero nada além de tudo, os olhos cheios d'água, a cabeça enterrada em despropósitos cretinos, só vejo areia.

Hoje cito mais uma vez Bukowski:

" Mulheres: gostava das cores de suas roupas do jeito delas andarem da crueldade de certas caras. Vez por outra, via um rosto de beleza quase pura, total e completamente feminina. Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas. Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas: a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar. No fim das contas, pouco importava seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura. "

Torço para que isso seja momentâneo e que minha dor desapareça, essa coisa que me cobre de poeira, não pode ter lugar em minha vida por muito tempo.

Quero novamente o gosto, quero a profundidade do que me completa.

Sou, nesse momento, a morte de uma metade em que outra metade é só pó e sombras.

Estou começando tudo pelo avesso, chego na saída, e perco a entrada.

Só me resta esperar, minha vida tem sido contada nessas esperas, mas não chega a ser feita delas, e sim do que se passa entre elas.

Hoje já não me importa o amanhã o que me importa hoje é o que está me matando e é a própria vida.

Hoje só quero ter um bom dia, para esquecer o que será de mim amanhã...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sentido...?

Agora com uma compreensão maior de tudo vejo outros lados de possibilidades impossíveis que entram pela janela junto ao sol.

Dia claro, uma expressão de uma alegria inexpressiva, uma coisa muito interna, é maior do que se imagina, mas profunda o bastante pra não me deixar com um sorriso estampado o tempo todo, na verdade acho que expressar a alegria dessa forma torna-a meio superficial.

O que sinto hoje é o inverso disso, é introjetado, são visões de dias melhores, visões de outras dimensões.

Visões penetrantes, excitantes, claras como o dia.

Olho para o quintal na frente da casa e vejo minha grade velha, as plantas balançando, a construção do outro lado da rua, o mercado, carros, muitos carros, aqui dentro chove, cai do teto em mim. Cubro tudo com plástico para não estragar, é difícil digitar assim, mas a tudo me adapto.

"Falta imaginação à maioria das pessoas supostamente valentes.
É como se não pudessem conceber o que aconteceria se alguma coisa saísse mal.
Os verdadeiros valentes vencem a sua imaginação e fazem o que devem fazer..."
(Charles Bokowski)

Palavras, palavras são importantes também, elas pegam carona no vento, trazem junto um hálito fresco de vida.

Gestos são a força de tudo isso, não só os reais, mas os que tem mais intenção do que movimento contam tanto quanto.

Há uma certa leveza e uma música de fundo que fazem dançar os pelos do corpo em um arrepio gostoso com  cheio de inquietação.

E há presente nos momentos e nas palavras, e em todos os ambientes uma vontade de te ver...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Com um gosto diferente, com eletricidade...

Faço viagens astrais ao fechar os olhos hoje, respiro o ar um pouco mais puro com gosto de mar que permanece dos primeiros momentos.

O olhar penetra direto para o peito, se espelha pela coluna, em um arrepio sem fim, mãos macias, pele macia.

O carinho se confunde entre os dois, flui como uma energia, uma troca, faz voltas pelo ar, se choca, se aperta, os rostos em contato, mãos no cabelo, sinto cada pedacinho, vejo o desejo queimar a cada movimento, tudo oscila entre prazer e afeto.

De repente tudo some e voltamos antes do big-bang acontecer, onde só existe energia, onde só existe calor e nós dois, o universo é nada além disso, nada além da sensação maravilhosa a de ter nos braços, ver sorrir, entender...

O tempo é curto, depois muito mais tempo, só depois, não tenho pressa, tenho querer. Quero depois ter você que me curou os males.

Meu depoimento não é extenso, poderia escrever um livro sobre isso, mas histórias assim, tem detalhes demais, introjetados na forma e no ser, profundos que são mais para serem sentidos do que contados.

Pra você, uma homenagem, você...

Inesperadamente, intensamente, imensamente, amante...


"Um facho de luz
Que a tudo seduz
Por aqui estrela cadente
Reluzentemente
Sem fim
E um cheiro de amor
Empestrado no ar
A me entorpecer
Quisera viesse do mar
E não de você
Um raio que inunda
De brilho
Uma noite perdida
Um estado de coisas
Tão puras
Que movem uma vida
E um verde profundo
No olhar
A me endoidecer
Quisera estivesse
No mar
E não em você
Porque seu coração
É uma ilha
A centenas
De milhas daqui"
(Chico Buarque de Holanda)

Mas ainda não, ainda temos tempo, é curto, depois, um dia, assim quero eu, muito mais tempo...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Inquietador

Erros nos refletem mais do que acertos, esse miseráveis que nos perseguem sem que percebamos.
Não, não quero desabafar sobre algum erro ou me lamentar, acho isso ridículo e lastimável.
Tenho palavras duras como murros distribuídos para quem vê. Então se quer carinho das palavras hoje não é o dia de ler meu texto.
De saco cheio da hipocrisia, da minha hipocrisia, da minha impotência, do meu egoísmo. Medíocre!!!
Costumava escrever poesias, e hoje escrevo ofensas ao mundo, que bela decadência, não sou mais puro, não tenho mais alma, sou poeta morto e enterrado, mas meu texto continua, minha doença, meu vício, é tudo muito necessário, é tudo muito pertinente.
É tudo muito eu.
Mas calma, hoje ainda resta a esperança do fim do texto, de palavras mais amenas...
Mas meu espírito as desperdiça.
Vou tomar mais um gole do meu veneno e respirar mais um pouco de meu odor...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

No inferno...


E a luz se apaga. Morro mais uma vez com o peso voráz do nada.

O vazio salta e me engole, direto para o abismo, com mãos e pés amarrados, não posso fazer nada além de me debater inutilmente.

O inferno aqui embaixo não é quente, o inferno aqui é dolorido e umido e solitário.

O inferno aqui embaixo é minha cabeça zonza, é um prédio de 50 andares em cima do peito.

Quero músicas fúnebres rodeando o caixão, o corpo retalhado, as chagas abertas expostas aos corvos, os donos da noite.

Não sou dono de mim em certas ocasiões, e nelas, quando me perco de vista, me firo, e marco no rosto, nos braços e no peito cicatrizes de minhas guerras pessoais.

Tenho hoje a mente de um homem doente, de um homem que é consciente demais de seus próprios atos, e carrega o peso de mil cruzes com espinhos em cada articulação.

São facas cortando o ar, nenhuma me acerta, mas a tensão e o medo me apertam, me sufocam, sinto o vento das facas passando por perto, estou quase certo que morrer de novo não é uma possibilidade, já morri todas as vezes que tinha direito e isso me foi tirado também.

Agora estou nú e sem qualquer sinal de algum lugar que não seja apavorante. Perdido choro sem saber o que fazer ou o que e aguarda. O que tenho nas mãos? Só o meu punhal sujo de meu pó, de meu corpo. sangue e suor.

Sangue e suor... o que tenho nas mãos?

Não sei, gritos entram pelos meus ouvidos, são horripilantes, sons cada vez mais altos, são meus! Meus gritos!

A dor!

A tortura!

Aaaaaaaaaaaahhh!!!!

Dor...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um texto inacabado de um dia nublado...

Em dias nublados ouço música, deixo a alma cansada pousar sobre o sofá um descanso pesado.
Descanso, nesse momento, de minha vida (e da de outros), descanso ao som de um dia que guarda no silêncio tons de cinza.
Em dias nublados eu tenho a alma cinza, os olhos vermelhos e tudo em mim é mais melancólico.
Parece que não tem fim, mas na verdade tudo é breve. Em dias nublados...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Com Amadeus Mozart e Um texto de dentro do espelho (pela manhã)

O que vejo pela minha janela reflete o caos de meus dias.

Essa frase vem me martelando a cabeça desde que o fim de semana acabou e voltaram as obras na construção ao lado de casa. O inferno da poluição auditiva de morar em uma metrópole.

Há um livro a ser lido, há uma cabeça que dói e ainda são 9:30 da manhã (e eu não estou de ressaca).

Deveria estar.

Ouço o "Blue in Green" de Miles Davis, são sons soturnos que compõe a manhã ensolarada de mais um passo a caminho do fim de tudo que é vivo.

Me disseram uma vez que a vida é uma espera, mas ouço essas palavras com outro tom, vivendo o caminho dessa espera, afinal o que há de pior que esperar em silencio e no fim, alcançar? O que vem depois?

Minha vida hoje tem tons de cinza em uma espera continua por algo que já nem me lembro mais. A música acabou, resta um vácuo e os sons da construção. Minha mão passa forte pela cabeça deslocada, viajo por outros mundos enquanto escrevo sombras de mim mesmo, sombras, sombras são tudo o que vejo aqui de dentro do espelho, de onde enxergo o mundo lá de fora em borrões tortos, deformados, as imagens não deveriam ser precisas? O bom das coisas distorcidas são que elas não são as mesmas nunca, elas continuam a se transformar, por isso preciso permanecer no espelho, para ter uma imagem real do que se movimenta, uma imagem de minha mudança constante.

Ainda há o vazio a ser preenchido como que um buraco em mim, já tentei por vezes preenchê-lo sem sucesso, me acompanha desde o momento de minha criação e não cessa, não por agora, por agora continuo vivendo no sentido oculto das coisas.

E como diz Alberto Caiero: "O único sentido oculto das coisas é elas não terem sentido oculto nenhum."


Nada põe sentido nas coisas vejo além de mim, ou um outro eu... Ou quem escreve esses textos...



"Condenados os malditos
e lançados às chamas devoradoras
chama-me junto aos benditos.
Oro, suplicante e prostrado
o coração contrito, quase em cinzas
tomai conta do meu fim." 

Wolfgang Amadeus Mozart

 




PS.: Esse texto é quase sincero, mas ainda não acredito...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Qualquer coisa sobre frustração


Quanta coisa eu persigo que é inútil. Quantas vezes chego a beira da porta de entrada e ela fecha na minha cara.

Quantas pessoas em que deposito toda minha boa vontade não tem nem a decência de me perguntar como estou sinceramente, há um mar de futilidades idiotas de todo tipo a minha volta, tanta hipocrisia que chega a ser indecente, há também um certo descaso de minha parte que transfigura só mais um pouco do veneno que pinta os muros de todas as casas.

Há coisas me incomodando tanto nesse momento que nem tenho coragem de registrá-las.

Por isso hoje, preciso de esquecimento e contentamento por hora, para depois poder lidar com o que me assombra.

Vai chover daqui a pouco, isso torna as coisas mais agradáveis, torna o calor mais ameno e minha noite até suportável.

Estou sem saco para isso hoje, isso tudo está uma merda, não estou nada inspirado.

Leiam o das 2 da manhã ou o do sexo de novo.

Boa noite... Quem sabe amanhã... 

sábado, 8 de janeiro de 2011

Com uma fantasia e uma metáfora sobre sexo

Hoje escrevo um orgasmo, tenho Dioniso parado a meu lado, como um vigia noturno de meus pensamentos mais profundos.

Caio num mundo de fantasias minhas das mais deliciosas orgias sexuais, pois a noite, apesar de só a Deus pertence! Cercado de todos os lados por desejo de carne, de vinho e gozo.

Imagens belas que me atiram pra perto de um estado de êxtase, me arrancam do chão pra me surrar no ar.

Quero mais, (sempre, as coisas fogem do controle rapidinho assim, essa história de querer mais é sempre o que me leva ao erro), quero penetrar mais fundo no próprio desejo, sentir o éter subir pelo ar pra anestesiar meus sentidos, me trazer o conforto molhado do gozo, quero que os móveis desapareçam, que a sala perca dimensões de tamanho, o tempo some...

Uma mordida no lábio, um decote, a imaginação começa a tirar as roupas antes que se possa dizer qualquer coisa, vêem flashs e as paredes se pintam com imagens. Faço sexo com as paredes nesse momento (não literalmente, é só uma metáfora), mergulho numa abstração do mundo em que as coisa me engolem e eu só cresço; de dentro para fora músculos se tensionam em contrações ondulares.

Respiro ofegante o diafragma se aperta, posso sentir o tocar da pele a firmeza das curvas, o atrito dos movimentos, o suor levemente misturado a nudez absoluta de um ato intenso como a cavidade mais profunda da alma. Entre as pernas se encontra uma prisão, que se faz por ser paraíso, perdido? Perder-me-ei em mar de águas gozozas, entre seios , barriga, pescoço, mãos; entre gostos, cheiros, suavidades das carícias, apertos e unhadas. Ao olhar para o rosto que expressa o gosto do desejo puro, no fim da noite não quero mais parar aqui, meus sentidos já cegos vão... se... per.den..do... em... go... ......

Eterno...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

2 da manhã... E um punhado de palavras

Eu com mais um pouco de uma inquietação assombrosa. São 2 da manhã e não consigo dormir, estou agitado, não sei bem o que quero ou espero, mas essa inquietação não é normal. Está muito calor agora e eu vôo de um lado pro outro com os olhos (um bocejo), meu corpo precisa dormir, sinto tudo o que penso palavra por palavra pra compor o texto, isso me deixa zonzo, mas é divertido, se torna frenético o digitar, o som das teclas, as letras brancas no teclado preto para cima e para baixo a  uma velocidade hipnotizadora. Eu estou sozinho na sala e está tudo estranhamente quieto, tudo menos eu, eu que não paro, que tenho que escrever. Acho que é o que chamam de diarréia mental. Desce tudo, descarrega, não para, como um tobogã do cérebro direto para as pontas dos dedos. Acho que estou perdendo o jeito para a escrita. Não escrevo mais nada do que me orgulhar. Na verdade nunca escrevi para me orgulhar de nada, minhas escritas são apenas confissões de mim mesmo de coisas que estão prontas a assumir uma identidade monstruosa e me engolir, ponho-as para fora para que não o façam, é como chutar o gato de dentro de casa (sou contra violência com animais, isso foi só um exemplo) ou colocar o lixo para fora . Não posso mais continuar, pois minha diarréia terminou, vou me limpar agora...

Ps.: Observaram quantos "não" há nesse texto???

Esse texto na verdade é só uma negação de mim mesmo, uma barreira de impulsos, então peço a todos que realmente o desconsiderem, pois é a verdade mais mentirosa já dita aqui... eu mesmo não acredito em nada aqui contido...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dor compartilhada

A dor Dela me consumiu durante o dia e estava presente durante todos os atos, ela some as vezes , mas volta quando menos espero para atormentar.

Tem também o sentimento de impotência que percorre as veias do fracasso. Quero fazer passar -  quero tragar sua dor para sarar a minha.

Mas não posso, não vai parar, o que posso fazer é esperar por notícias suas e me lamentar como todo bom desprovido de meios (força e vontade eu tenho) para lutar.

Ela estava com voz de choro no telefone, aquele choro, aquela noite sem dormir, aquele som de tristeza...

Eu ia ligar agora e Ela apareceu... Vou correndo socorrer, pelo menos com palavras. Porque o amor, esse sentimento estranho, é assim: a gente luta por quem, com as armas que possui.

Sem mais, não sou a favor do luto. Então me proponho a fazer esquecer essa dor, já temos dores demais...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eu com chuva e uma taça de vinho

Tenho hoje em mim uma ansiedade que corre por tudo, as paredes escorrem e o corpo transige com toda avidez que está cheia minha alma.


A chuva cai do lado de fora. Hoje meu planos eram de sol, mas ele foi embora, me deixou aqui para morrer de novo na frente do computador.


Hoje ouço confissões, digo confissões, recordo amores, invento um texto, mando uma mensagem, faço um telefonema, tento sair de toda essa lama, mas continuo me afogando.
Toda a casa hoje é pouco iluminada por causa desse tempo ruim, essa umidade que invade a casa e abafa tudo.


Presto atenção em coisas que não valem a pena serem descritas, mas que me tiram de meu contexto por uns instantes. É aquela velha falta de concentração que me atrapalha em todas minhas artes.


Volto para cá e estou de novo mergulhado em mim, sinto sede, presto atenção aos detalhes do meu corpo, lábios secos, ombros tensos, costas levemente inclinadas, minha orelha coça, e minha perna cruzada dói, estou atento a todos os pontos de tensão (pausa para pegar um vinho).


Desce suave, sinto o gosto da uva no vinho barato como um alivio para a tensão sobreposta de músculos e nervos, a taça azul posta sobre a mesa do computador cria uma imagem de quadro ou coisa aproximada.


Ouço uma música que não toca em lugar nenhum ecoar pelas paredes, acho que está na hora de deixar esse texto de lado...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Indecifrável

Noite nublada.

Escrevo pela primeira vez com esse novo instrumento de minha voz.

Voz?

Sim, me serve de voz, pois me ajuda a falar comigo mesmo, preciso de cada linha cada palavra cada espaço parar colocar o que me atormenta pela goela afora.

Nesse momento essa imagem , esse título resumem meu desconforto confortável.

Estou na minha sala e tento captar as mil ondas de pensamentos que voam por cima da minha cabeça, mas eles fogem para longe ao menor movimento que faço, então, resumo essa primeira postagem a esse breve comentário.

Tenho pensado muito naquela conversa no bar, antes da viagem. Tenho pensado muito em outras conversas, em outras ocasiões. Tudo se mistura, mas mantenho meu desejo bem definido e fixo.

Chego a conclusão alguma no meio de tudo isso. e acabo retornando ao estado do título desse texto e achando tudo muito indecifrável.