Tenho hoje em mim uma ansiedade que corre por tudo, as paredes escorrem e o corpo transige com toda avidez que está cheia minha alma.
A chuva cai do lado de fora. Hoje meu planos eram de sol, mas ele foi embora, me deixou aqui para morrer de novo na frente do computador.
Hoje ouço confissões, digo confissões, recordo amores, invento um texto, mando uma mensagem, faço um telefonema, tento sair de toda essa lama, mas continuo me afogando.
Toda a casa hoje é pouco iluminada por causa desse tempo ruim, essa umidade que invade a casa e abafa tudo.
Presto atenção em coisas que não valem a pena serem descritas, mas que me tiram de meu contexto por uns instantes. É aquela velha falta de concentração que me atrapalha em todas minhas artes.
Volto para cá e estou de novo mergulhado em mim, sinto sede, presto atenção aos detalhes do meu corpo, lábios secos, ombros tensos, costas levemente inclinadas, minha orelha coça, e minha perna cruzada dói, estou atento a todos os pontos de tensão (pausa para pegar um vinho).
Desce suave, sinto o gosto da uva no vinho barato como um alivio para a tensão sobreposta de músculos e nervos, a taça azul posta sobre a mesa do computador cria uma imagem de quadro ou coisa aproximada.
Ouço uma música que não toca em lugar nenhum ecoar pelas paredes, acho que está na hora de deixar esse texto de lado...

Adorei...mas como vc toma uma taça de vinho e nao me chama?
ResponderExcluirÉ saudável... Tanto o vinho quanto as sensações...
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