Um novo conceito de dor surge para desmoronar em cima de possibilidades e sonhos concretos. Sou um poço de dúvidas que anda, fala, pensa e sente, que perdeu o chão.
Minhas mãos doem em escrever essas linhas amargas, quero um texto mal escrito, quero nada além de tudo, os olhos cheios d'água, a cabeça enterrada em despropósitos cretinos, só vejo areia.
Hoje cito mais uma vez Bukowski:
" Mulheres: gostava das cores de suas roupas do jeito delas andarem da crueldade de certas caras. Vez por outra, via um rosto de beleza quase pura, total e completamente feminina. Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas. Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas: a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar. No fim das contas, pouco importava seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura. "
Torço para que isso seja momentâneo e que minha dor desapareça, essa coisa que me cobre de poeira, não pode ter lugar em minha vida por muito tempo.
Quero novamente o gosto, quero a profundidade do que me completa.
Sou, nesse momento, a morte de uma metade em que outra metade é só pó e sombras.
Estou começando tudo pelo avesso, chego na saída, e perco a entrada.
Só me resta esperar, minha vida tem sido contada nessas esperas, mas não chega a ser feita delas, e sim do que se passa entre elas.
Hoje já não me importa o amanhã o que me importa hoje é o que está me matando e é a própria vida.
Hoje só quero ter um bom dia, para esquecer o que será de mim amanhã...

"... porque és o avesso do avesso do avesso do avesso."
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